Thursday, June 14, 2007

Amy Winehouse


A figura da mulher na música sempre gerou muita atenção da massa. Elas conseguiram destaque em um meio recheado de homens, se utilizando de carisma, charme, vozes suaves e meigas. outras com vozes capazes de chamar a atenção devido sua grande força e capacidade de alcançar até o público menos fã de música. As mulheres cada vez mais vem firmando-se como grandes compositoras e cantoras. Na verdade, sempre foram.

Eis que surge Amy Winehouse, uma inglesa de 23 anos que possui dois álbuns lançados. O primeiro 'Frank" não embalou. Porém, o mais divulgado e que obteve um grande sucesso de crítica e público foi o magestoso "Back to Black" de Outubro de 2006. O disco foi alvo de um hype impressionante, e até agora ostenta muito frisson. Amy faturou alguns prêmios, como o de Melhor Artista Solo Feminina no British Awards. Não é à toa: a cantora tem uma voz potente e canta como uma diva negra do soul dos anos 50/60. Faz letras remetentes à sua vida. ('I’d rather have myself a smoke my homegrown, It's got me addicted, does more than any dick did')".

Até o fim de semana(09/06/07), o álbum não recebeu atenção da parte desse blogueiro. Mas, resolvi baixá-lo, após Winehose trocar "elogios" com sua conterrânea Lily Allen. Recentemente Lily disse em seu blog, após perder o prêmio do Brit Awards, em um post sentimental sobre ela mesma: “Gorda, feia e pior do que a Amy Winehouse”. Assim, houve o interesse pela artista e a vontade de ouvi-la. E o sentimento ao escuta-la foi singular, deparado com toda sua deslumbrância, um cd que fez jus a todo o alarde.

"Rehab", o single foi sucesso nas rádios britânicas, não é para menos, uma grande canção na qual Amy canta sobre a onda de internações em clínicas de reabilitação de vários artistas e também a ironia da mesma com pedidos para ela se internar, "They tried to make me go to rehab but i said 'no, no, no'". Back to Black é a faixa com mais cara de anos 60. "You Know i'm no good" começa com uma batida marcante e ela se lamenta: "I cheated myself, like I knew I would I told ya, I was troubled, You know that I'm no good".

Amy demonstra uma grande experiência e sabedoria para uma "garota" de 23 anos. Um trabalho com sabor nostálgico, mas, com teor também contemporâneo. As mulheres estão em alta na música 'alternativa'. Julliete Lewis, Björk, Lily Allen, Amy Winehouse. Todas lançando seus discos e obtendo êxito. A música pop agredece. Acerto certeiro.

Ps: Acho que estou alguns meses atrasado em relação a esse texto. hahaha

Monday, May 28, 2007

Jamie T.


São poucos os artistas que conseguem misturar várias influências em sua música com sucesso e, principalmente, com devida qualidade. Isso é o que diferencia o grande do pequeno. O bom do ruim. Vários já fizeram isso. O The Clash em 77, mesclando punk rock com reggae, jazz e outros elementos e muitas outras bandas. E não é fácil mesclar várias vertentes em um som, sem se tornar degradante e deplorável.

Enquanto na cena britânica predominam as bandas de rock, emulações dos anos 80, outras com vestígios do Clash, Sex Pistols e do britpop dos anos 90 na qual houve a imensa disputa de Blur e Oasis, surge Jamie T. Reggae, Ska, Hip Hop, Rock (mesmo que em menor quantidade). Esse é Jamie T, natural de Wimbledon, sul de Londres. O garoto de apenas 22 anos esbanja talento, recebeu o prêmio de melhor artista solo concorrendo com nomes de peso, nada menos que Jarvis Coker, éx-líder cultuado do lendário Pulp dos anos 90, Thom York, o eterno melancólio e Lily Allen, também uma nova aposta.

Jamie estourou após um convite de Damon Albarn para fazer o remix de "Kids with Guns" do Gorillaz. No começo de 2007, lançou "Panic Prevention", reunindo várias influências antes citadas no texto, e algumas bandas como Beastie Boys e The Streets. Jamie tem a arte de compor músicas grudentas, um exemplo é Sheila, muito viciante, ínicio sensacional, vocal refinado com seu sotaque londrino. Ele canta: "Sheila goes out with her mate stella, it gets poured all over her fella", e aí a música desenvolve-se em um hip hop muito bem sacado. Sem querer fazer analogias e se contradizer, ele até tem uma certa semelhança musical com o Clash, como vários grupos citados nos textos desse blog.

Outras canções marcam o disco, como Calm Down Dearest. Um Vocal embreagado até o refrão marcante, mais vocais inebriados, terminando com o mesmo refrão marcante. Salvador é bizarra e boa ao mesmo tempo. Em "So Lonely was the ballad", Jamie incorpora um verdadeiro mano do hip-hop. Back in the game é ótima, um violão, e melodia esperta. "If You've got the money", uma das melhores com seus "Dah dee doo dahdah", é inexplicável, ouça.

Mesmo deixando bastante a desejar nos shows, muito menos empolgantes do que seu álbum, Jamie T é um grande talento descoberto, tem tudo para ir subindo de produção e melhorar ao vivo, se isso acontecer, certamente ele se consolidará como um dos melhores da atualidade. Mas, mesmo o show sendo nefasto, ele empolga devido ao seu carisma jovem e capacidade de entreter o público. Ponto para ele nesse aspecto. Porém, quando acompanhado por uma banda ele se dá bem, e fica legal, o problema é somente no acústico. Talento único. Vai lá.

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Tuesday, May 22, 2007

Horrors. Com toda certeza.


The Horrors.

É muito complicado começar um texto quando se quer falar apenas mal de uma banda. O sentimento de você ser justo ou injusto. A chance de acabar com a mesma ou falar bem. Ao mesmo tempo, é uma sensação prazerosa destilar seu veneno diante de coisas horríveis e inexpressivas musicalmente, produtoras de um som de PÉSSIMA qualidade, hypados por absolutamente NADA. Bando de scenesters e fashionistas que apelam visualmente sem ao menos ter uma pequena noção musical. Ou seja, também é muito fácil começar um texto dessa maneira.

Formados em East London com influências de Cramps, Bauhaus e até Ramones, o The Horrors é um conjunto britânico. Foi muito falado em 2006 na imprensa, principalmente pela revista NME que os destacou e lançou-os para o mundo, entrando em turnê extensa. Houve várias desavenças do grupo com outros grupos, como o The Automatic, com as duas bandas trocando farpas entre elas. Os Horrors disseram: "eles - Automatic - estão chicoteando um cavalo morto". Logo após, para revidar Rob Hawkins disse: "eles - The Horrors - estão estuprando um porco morto". "Eu acho que eles vieram de algum tipo de escola de arte, que se faz nas horas vagas, e só estão tentando ser o mais cool possível. Pra ser franco, nós nem ligamos pra isso, se você não gosta da gente, apenas não nos chateie." - retrucou o guitarrista James Frost do Automatic. Sem contar sobre a agressão sofrida pelo vocalista Faris Badwan em plena NYC por um cidadão, após ter sido perguntando sobre sua sexualidade. Entre inúmeras confusões.


Após 4 singles bem sucedidos entre o público e crítica, lançaram o primeiro álbum chamado de Strange House. Uma total decepção. Mesclagem de elementos do garage rock, punk, surf, tudo bem legal na teoria. Mas, na mão deles não foi essa maravilha toda. O disco é uma catástrofe, aliado a uma má produção e canções ruins, causando indescritiveis sensações negativas e de nojo ao escuta-lo da primeira à última faixa. É necessário muita força de vontade.

Há alguns hypes inexplicáveis na música, e concerteza, o Horrors é um deles. Ás vezes é mais necessário um visual ultra-descolado, intrigas e noticias do que verdadeira qualidade musical. É, eles tem que aprender muito ainda e, talvez, dessa forma, possam fazer trabalhos dignos no futuro, ou não. Só relembrando: passe longe do disco. Você não vai se arrepender.

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Monday, May 14, 2007

Hey monkeys.


Fenômeno? Mega-Hype? Apenas mais uma banda? Várias indagações são possíveis para o Arctic Monkeys. O grupo britânico mais hypado do novo século. "Whatever People Say I Am, That´s What I´m Not.", álbum de estréia dos jovens de Sheffield foi o 5º mais vendido da história Inglesa, com 360.000 mil cópias, apenas na primeira semana. Para muitos, isso não justifica a ultra-simpatia com o conjunto. Todavia, o debut é realmente sensacional, e o frisson justifica-se.

Garotos jovens e talentosos, logicamente, um segundo disco era esperado, impulssionado pelo sucesso repentino que fez o baixista Andy Nicholson sair por não aguentar tanto alarde. E o todo esperado segundo CD foi lançado, entitulado de "Favorite Worst Nightmare". Nota-se a mesma energia do primeiro, com guitarras mais funkeadas, linhas de baixo não tão retas, uma bateria muito bem trabalhada e marcarda, a voz inconfundível de Alex Turner aprimorada.

O disco começa sensacional com uma fileira de 5 grandes canções. Brianstorm, o single é excelente, a bateria inicial meio irritante, mas para alguns excelente, dita o ritmo brutal. Logo após, Teddy Picker, a segunda melhor faixa do disco, seguida de D is for Dangerous, uma porrada de 2:20min. A espetacular, singular, esperta e simpática, mais todos os adjetivos possíveis e impossíveis Fluorescent Adolescent, melhor do disco. Depois, vêm a decadência. Sete faixas de medianas a ruins, porém audiveis. Salva-se The Bad Thing.

Os Monkeys transformaram as canções pesadas em ainda mais pesadas, e as leves em ainda mais leves. Passaram no teste do segundo disco, apesar de "Favorite Worst Nightmare" estar bem regular, perdendo a qualidade e essência linear do primeiro disco. Entretanto, com a quantidade de bandas que foram um fiasco em seu segundo trabalho, lançando álbuns funestos, o do macacos foi um sucesso, agradando quase a totalidade do público, e vendendo muito bem.

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Tuesday, May 08, 2007

Mason


Filho de músicos do folk, Willy Mason sofreu a influência musical desde a infância, participando de várias bandas de sua cidade. Porém, o cantor/compositor foi descoberto em um show do Bright Eyes, onde Conor o viu tocando algumas canções e ficou admirado com o talento do jovem Mason. O cantor excursionou com várias bandas, inclusive Radiohead, Ben Kweller e Death Cab for Cutie, e tocou em festivais como Glastonburry e South by Southwest.

Fora as grandes influências dos pais, que proporcionaram ao artista uma forte raíz folk, deste modo, convivendo fortemente com a música, percebe-se também uma grande semelhança com Bob Dylan, logicamente, como todos os artistas do estilo. Mas, Mason usa isto de uma maneira única. Seu talento é ímpar. Um jovem de 22 anos, com voz grossa e estridente fazendo música de velho. Absolutamente, um dos melhores cantores/compositores do alt.country/folk atual.

"If The Ocean gets Rough" de Willy mostra a qualidade e nostalgia de Dylan e Johnny Cash. Canções de um faro incrível para agradar todos os fans de uma velha geração que está cada vez mais voltando, e criando artistas de muita aptidão musical. Músicas maravilhosas como a faixa inicial "Gotta Keep Walking", o disco todo mantém uma linha uniforme de bom gosto inigualável.

Com todos os artistas que ele excursionou, talvez, esperava-se uma sonoridade parecida, mas nada disso. Mason sempre afirmou que sua principal influência são seus pais. E, assim, sua raíz folk torna-se fiel as origens, com um nível acima do normal. De músicos assim que precisamos.

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Monday, April 09, 2007

Cassadaga


O ídolo emo/indie Conor Oberst em sua adolescência era apontado como garoto prodígio quando ainda tocava no Commander Venus ao lado do não menos gênio Tim Kasher do Cursive. Com o passar do tempo, essa tese se confimou, ele mostrou ter muito talento. Oberst e seu projeto Bright Eyes lançou excelentes discos, dignos de muitos elogios, sempre com várias mudanças musicais, sem deixar de ter sua cara.

"Letting of the Hapiness", "Fevers & Mirrors", "I'm Wide Awake, It's Morning", "Lifted or the story..." são maravilhas pop de difícil absorção. Não é possível perceber a sua grandeza à primeira percepção. Um daqueles discos que você necessita de ouvir mais e mais até gostar. E são esses mesmos os que se tornam os mais importantes. Porém, também tem os totalmente dispensáveis, que agradeceriamos por não termos tido a chance de os escutar. Nesse caso se inclui "Digital Ash in a Digital Urn", uma escória para Conor, o álbum mescla batidas computadorizadas e muito experimentalismo. Também o "Collection of Songs Written and recorded 1995-1997", nada mais que uma coleção de músicas ruins, com excessão de "Saturday as Usual".

Estamos em 2007, aguardando um novo trabalho há dois anos desde o lançamento simultâneo de "Lifted..." e "I'm Wide Awake...". É ai que chega "Cassadaga", mais recente álbum do cultuado artista que adota um visual mudado à lá Neil Youngm, deixando pra trás todo seu jeito emo de ser. Cassadaga não foge muito do estilo do EP "Four Winds", muitos instrumentos, não existe mais a voz desafinada que marcava há alguns anos. Talvez esse seja o ponto díficil dele, principalmente para alguns fans que adoravam o vocal desafinado, e a voz/violão. Nem por isso, o disco é ruim.

Logo no começo, acontece o de praxe, uma longa introdução, e a música em seguida, boa por sinal. A segunda canção é "Four Winds" com um refrão deveras pegajoso. Outras boas são "Soul Singer in a Session Band", "Classic Cars", "Cleanse Song" e "I Must Belong Somewhere". De resto, faixas medianas e algumas desprezíveis como "Middleman", uma mistura de música indiana (????)

Cassadaga mostra ser um bom aperetivo diante do universo Bright eyes. Mediano, porém, exibe talento e como a musicalidade é mudada sem perder em qualidade, nessa questão várias bandas deveriam aprender o mesmo, pois é o que julga o bom grupo do ruim.

Monday, March 26, 2007

Arcade Fire.

Surgido em 2003, os canadenses do Arcade Fire impressionavam pela sua criatividade. Além da tríade guitarra/baixo/bateria, utilizam violinos, acordeões, xilofones, percussões e todo o possível para fugir da sonoridade costumeira das bandas atuais. Em 2004, o disco "Funeral" recebeu várias críticas positivas sendo colocado como um dos melhores daquele ano, possuia ótimas canções como "Wake Up" e Rebellion(Lies). David Bowie e David Byrne, dois dos maiores ícones do pop mundial décadas atrás são fãs do grupo. Sem dúvida, o álbum marcou a década.

Mesmo tendo sindo lançado a algum tempo atrás e ter vazado a tempos, o novo disco do Arcade Fire merece um post. Excelente, sem ser fantástico. Não deixa a desejar sobre o primeiro, mas também não o supera. Atmosfera agradável, abra a mente e sinta o que eles te propõem. Neon Bible é sombrio e possui emoções embutidas, saiba ouvi-lo. Semelhanças? Difícil encontra-las. No momento eles são a influência.

Keep the car Running é contagiante. Intervention é incrível, a canção desenvolve-se num grande crescente, liberando vários sentimentos. No Cars Go - presente no primeiro EP - foi refeita e ficou mais trabalhada, ainda mais bela. My Body is a cage é energética. Fora alguns exageros, é impossível achar algo desprezível nesse trabalho, nada deixa a desejar.

Dentre vários motivos citados acima, podemos facilmente dizer que o Arcade Fire é uma das maiores bandas da década, se firmando com o segundo CD. Um dos maiores conjuntos atuais e com certeza um dos mais criativos. O entrosamento entre Win Butler e sua esposa é sensacional. "Neon Bible" tem tudo para ser um dos melhores do ano, sem dúvida nenhuma. Com Personalidade, sonoridade formada e uniforme, eles possuem uma combinação nada casual para prosseguir no caminho do sucesso e criar um terceiro disco ainda melhor.